Quem responde por um produto com defeito: loja ou fabricante?

Quem responde por um produto com defeito: loja ou fabricante?

Quando um consumidor adquire um produto e este apresenta algum tipo de defeito, surge a dúvida sobre quem deve ser responsabilizado: a loja onde o produto foi comprado ou o fabricante. Essa questão é fundamental no âmbito do Direito do Consumidor e envolve a análise de diversas normas e princípios que regem as relações de consumo no Brasil. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), tanto o fornecedor quanto o fabricante podem ser responsabilizados, dependendo das circunstâncias do caso.

O artigo 12 do CDC estabelece que o fabricante é responsável por danos causados por produtos defeituosos, independentemente de culpa. Isso significa que, se um produto apresenta um vício que causa danos ao consumidor, o fabricante deve arcar com a reparação. No entanto, a loja também possui responsabilidades, especialmente no que diz respeito à garantia e ao atendimento ao cliente. Se o produto foi vendido com um defeito, a loja pode ser acionada para resolver a situação, mesmo que o fabricante seja o responsável pelo vício.

É importante destacar que a responsabilidade solidária entre loja e fabricante pode ser invocada pelo consumidor. Isso significa que o consumidor pode escolher a quem acionar judicialmente, seja a loja ou o fabricante, para buscar a reparação dos danos. Essa possibilidade é uma proteção ao consumidor, que muitas vezes pode encontrar mais facilidade em resolver a questão diretamente com a loja, que é o seu primeiro ponto de contato.

Além disso, o prazo para reclamar sobre um produto com defeito também é um aspecto relevante. O CDC prevê um prazo de 30 dias para produtos não duráveis e 90 dias para produtos duráveis, contados a partir da data da entrega do produto. Durante esse período, o consumidor tem o direito de exigir a troca, o conserto ou a devolução do valor pago, dependendo da situação. É essencial que o consumidor esteja ciente desses prazos para garantir seus direitos.

Outro ponto a ser considerado é a natureza do defeito. Se o produto apresenta um vício que compromete sua funcionalidade, o consumidor pode solicitar a troca ou o reparo. No entanto, se o defeito for causado por mau uso ou desgaste natural, a responsabilidade pode não recair sobre o fabricante ou a loja. Portanto, é fundamental que o consumidor tenha provas e documentação que comprovem a origem do defeito.

Em casos de produtos com defeito, o consumidor deve sempre buscar a solução amigável antes de recorrer à Justiça. Muitas lojas possuem políticas de troca e devolução que podem facilitar a resolução do problema. Além disso, o diálogo com o fabricante pode ser uma alternativa viável, especialmente se o produto estiver dentro do prazo de garantia. A comunicação clara e objetiva é essencial para evitar conflitos e garantir que os direitos do consumidor sejam respeitados.

Se a solução amigável não for possível, o consumidor pode recorrer ao Procon ou a um advogado especializado em Direito do Consumidor. Essas instituições podem oferecer orientações e auxiliar na resolução de conflitos. A atuação de um advogado pode ser especialmente importante em casos mais complexos, onde a responsabilidade não está clara ou quando há necessidade de indenização por danos materiais ou morais.

Por fim, é fundamental que o consumidor esteja sempre atento às informações sobre os produtos que adquire, como garantias, manuais de uso e cuidados necessários. Conhecer os direitos e deveres pode evitar muitos problemas e garantir uma relação de consumo mais saudável. A educação do consumidor é uma ferramenta poderosa para prevenir conflitos e assegurar que seus direitos sejam respeitados.

Se você tem dúvidas sobre quem responde por um produto com defeito: loja ou fabricante?, entre em contato com a Bruna Soudo Advogada. Ela pode ajudar a esclarecer suas questões e orientar sobre os próximos passos a serem tomados.

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Bruna Souto

A Dra. Bruna Souto é especialista em advocacia trabalhista com mais de seis anos de experiência. Formada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho pela USP, atua com foco na defesa dos direitos de trabalhadores e empresas em todo o Brasil.

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